Entrevistas

Tendências da gestão de pessoas no sector da hotelaria e restauração, com Enrique Escofet

Tendências da gestão de pessoas no sector da hotelaria e restauração

Esta semana falamos sobre as novas tendências da gestão de pessoas no sector da hotelaria e restauração com Enrique EscofetDiretor Geral do Hotel Intercontinental Barcelona e membro do Conselho Consultivo do HIP (Hospitality Innovation Planet), onde partilhará as suas ideias sobre as tendências actuais da gestão de pessoas na hotelaria, os desafios de atrair e reter talentos e como a tecnologia pode ser um aliado neste processo.

Bem-vindo, Enrique. Para começar a entrevista, fale-nos um pouco de si: quem é e quais são as suas paixões?

Tenho 54 anos e sou natural de Barcelona, apaixonado por hotelaria de luxo e gastronomia. Gosto de liderar projectos inovadores e de me rodear dos melhores talentos. Tenho bem claro que, sem eles, não seria quem sou profissionalmente. Também gosto de aceitar desafios, mesmo correndo certos riscos. Sou uma pessoa simples e algo que considero fundamental, considero-me uma boa pessoa. Pessoalmente, adoro a minha família e adoro o trial e o enduro. Considero-me uma pessoa divertida, muito amiga dos meus amigos.

Enquanto gestor hoteleiro, quais são, na sua opinião, os pontos mais críticos a que os hotéis devem prestar atenção em termos de gestão de talentos na hotelaria?

Atrair talento e pessoas qualificadas é muito importante mas, acima de tudo, o grande desafio é atrair boas pessoas, pessoas que não sejam tóxicas, que tenham uma atitude muito boa e que venham para acrescentar valor. Para os hotéis de luxo, devem ter uma sensibilidade especial, devem saber ligar-se emocionalmente ao hóspede e ser genuínos. Em Espanha, existe atualmente um problema de atração e retenção de talentos na hotelaria.

Que estratégias pensa que podem ajudar um hotel a combater este problema?

Obviamente, toda a gente trabalha para ter um certo nível de salário que cubra as suas necessidades, mas, dito isto, que é importante, o que também é muito importante é o chamado salário emocional. Tudo o que tem a ver com as pessoas: como as tratamos, como cuidamos delas, como as acompanhamos e como as ajudamos no seu crescimento pessoal e profissional. Têm de se divertir no trabalho, tem de haver um bom ambiente, ao mesmo tempo que se é exigente e se quer tirar o melhor partido de cada um deles. As novas gerações têm prioridades completamente diferentes das que tínhamos e a realidade é que ou nos adaptamos às delas ou não conseguiremos atrair ou reter talentos (horários de trabalho, sustentabilidade, alimentação, saúde).

Considera que a tecnologia é um aliado da gestão do pessoal? Porquê?

Estamos num sector de pessoas para pessoas, por isso não vamos conseguir substituir a parte da ligação emocional (de momento) pela tecnologia. A tecnologia tem de nos ajudar muito em todos os processos que não acrescentam valor à experiência do talento.

Por outro lado, como vê o impacto de uma boa gestão de pessoas no tratamento dos hóspedes e qual é, na sua opinião, o papel da formação contínua neste domínio?

No nosso sector, isso tem um enorme impacto. Somos o espelho ou o reflexo da nossa satisfação no trabalho e da forma como a empresa nos trata. O impacto é direto. A formação contínua é essencial na nossa atividade para alcançar a excelência do serviço. Todos os anos, investimos muitos recursos na formação das nossas equipas.

Que outras tendências na gestão de pessoas considera relevantes para o sector da hotelaria e restauração no futuro?

Os já referidos. Rodear-se de boas pessoas, aplicar critérios de sustentabilidade e de apoio social, adaptar os horários de trabalho, flexibilidade, remuneração variável, igualdade, digitalização, colaborações estratégicas com parceiros que acrescentem valor ao pessoal (adiantamentos salariais, descontos, seguro médico, hospital em linha...).


Quer saber mais sobre as tendências na gestão de pessoas no sector da hotelaria e restauração? Visite o nosso blogue e descubra o que os especialistas do sector estão a dizer.

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